sexta-feira, 18 de junho de 2010

As redes sociais estão definindo quem somos?

O fenômeno que começou há algum tempo na internet está cada vez maior, as redes sociais. Teias infindáveis de pessoas definem o mercado, o entretenimento, a ascenção e queda de ídolos, empresas e ideias como nunca antes. Com a popularização de banda larga tudo tornou-se instantâneo, direto, é o mais abrangente e direto meio de comunicação de que nós já dispomos. O Twitter, por exemplo, uma ferramenta baseada em basicamente uma única função: mensagens de, no máximo, 140 caracteres, preza pela leveza, pela velocidade, pela ideia de "rede" de pessoas de um modo muito abrangente, está fazendo um grande sucesso e tem grande impacto no mundo. As melhores ideias no Twitter, como em todos lugares, prevalecem. Se pensarmos com o objetivo de sermos vistos, como muitos que utilizam o Twitter, essa ferramenta pode definir o nosso modo de pensar.
Como em uma rede de neurônios em que um impulso elétrico se move rapidamente e rapidamente uma ideia está formada, no Twitter as ideias se espalham na velocidade dos cliques e logo tornam-se o foco das atenções. Se alguém quer que sua mensagem seja reproduzida por diversos usuários, ela deverá ser engraçada, esperta, inusitada. Para muitos, como celebridades, o Twitter tem o objetivo de chamar atenção para si, e para essas pessoas, o Twitter pode ter um papel de construção de identidade. As gentes são as mesmas dentro e fora da rede, os hábitos da internet moldam as pessoas dentro e fora dela. Quando o Twitter tem um papel muito importante na vida de alguém, a pessoa pode levar os hábitos que tem lá para a vida diária. Pode raciocinar como na rede, por exemplo, buscando ideias engraçadas em sentenças curtas. Uma celebridade que faz do Twitter seu meio de autopromoção pode tornar-se ainda mais dependente de atenção, e passar a sempre tentar sobressair-se, "aparecer", em curtos intervalos de tempo, para manter-se nos holofotes. Haja vista as celebridades e sub-celebridades que causam polêmica no Twitter e assim recebem milhares de novos seguidores; sem contar a influência da internet na fala diária, várias expressões como "lol", "tenso" e "fuu" nasceram ou se tornaram populares na internet.
Tudo o que fazemos, nossas escolhas, nos definem. Assim também acontece com as redes sociais. O simples fato de uma pessoa escolher ter uma conta no Twitter, no Orkut, no Facebook e outros já define-a. O preenchimento de dados em perfis nos leva a pensarmos sobre nós mesmos: há os que mentem, há os que tentam dizer a verdade. O que devemos fazer, primeiramente, é pararmos de analisar as redes sociais como "entidades" independentes, "elas me influenciam, elas me definem", por exemplo. Devemos encará-las como meios que são de nos manifestarmos, de nos relacionarmos; que obviamente nos mudam, porém são as nossas relações e a imagem que fazemos de nós mesmos, principalmente, que nos definem, seja numa rede social ou não.

Vinicius C. Thomazi